O segundo spin-off do universo do Batman nas telonas promete não ser um filme de quadrinhos convencionais. Fora da fórmula de super-herói, a produção de Coringa, estrelada por Joaquin Phoenix, promete ser uma mistura de drama e thriller cheia de influências cinematográficas. Listamos aqui algumas das principais referências para o filme do Coringa:
A primeira e mais essencial de todas é esta graphic novel escrita por Alan Moore e ilustrada por Brian Bolland. Publicada originalmente em 1988 foi a primeira história a ampliar a personalidade do Coringa, explicando a origem do vilão e sua trajetória em direção à loucura. Esta versão é tida como oficial até hoje no universo do Batman e os produtores de Coringa listam esta como uma das obras que influenciou o filme.
Esta comédia de humor negro dirigida por Martin Scorsese também exerce forte influência para esta versão do Coringa. No filme de 1982 o aspirante a comediante Richard Pupkin (Robert De Niro) é tão obcecado pelo ídolo Jerry Langford (Jerry Lewis, inspirando o próprio personagem) que simula uma amizade com ele – só que tudo isso apenas na cabeça de Pupkin. Após ser repetidamente rejeitado, ele resolve sequestrar Jerry e em troca quer se apresentar com seu número de comédia no programa do ídolo. A ironia é que em Coringa o próprio De Niro é o apresentador de um talk show que dá a Arthur Fleck (vulgo Coringa) a sua grande chance.
Mais um filme do Scorsese, mais um protagonista mentalmente perigoso, mais uma vez o Robert De Niro. Em Taxi Driver ele interpreta um veterano de guerra com problemas de insônia que trabalha como taxista à noite. Ele tem opiniões bem peculiares sobre o que está certo e errado no mundo e usa a “decadência da sociedade” como combustível para sua atitude violenta. Tudo indica que esta será a desculpa para a loucura perversa do Coringa neste filme.
Scorsese, De Niro e mais um macho problemático como protagonista. O filme conta a história do boxeador Jake LaMotta, que tem rompantes violentos contra a própria família. Nos ringues todo esse sangue no olho o ajuda a se tornar campeão, mas a sua vida particular acaba sofrendo da mesma violência, alimentada pela insegurança e ciúme que ele sente (e não admite). Enfim, mais um “homem difícil” que só não sabe lidar com as próprias emoções – muito provavelmente como deve ficar este Coringa.
As referências citadas até aqui são citadas pelos produtores como inspirações oficiais para o filme. As obras listadas a seguir não chegam a ser abertamente citadas pelos produtores, mas a gente acha que tem tudo a ver com o filme e com o próprio Coringa. Olha só:
Neste filme de Sidney Lumet Al Pacino e John Cazale são uma dupla de assaltantes que protagoniza um roubo a banco. Com zero planejamento e experiência no assunto, o que era pra ser apenas um assalto acaba se estendendo para um sequestro de todos os funcionários, com direito a policiais na porta, circo midiático e tentativa de fugir pelo aeroporto. A dinâmica dos dois personagens é bem interessante, com um sendo o porta-voz, que “arquiteta” tudo e com personalidade mais expansiva e o outro mais introvertido, mas provavelmente mais perigoso e imprevisível com uma arma na mão.O Coringa surge da união destas duas personalidades. Além disso, no filme os dois chegam a ser aplaudidos pelas pessoas na rua e viram “subcelebridades” por um dia. Mais ou menos como os fãs do Coringa que, mesmo sabendo que se trata de um bandido, ainda ficam do lado dele.
O livro publicado no Brasil pela Darkside Books conta a história de John Wayne Gacy, que se vestia de palhaço em festas infantis mas que era na verdade um cruel serial killer. Além de ajudar a compor o imaginário de palhaços assustadores, a maquiagem de Gacy serviu de inspiração para a maquiagem do Coringa deste filme, até porque ele é ambientado na mesma época em que Gacy cometeu seus crimes.
Esta aqui é uma referência um pouco mais distante, mas que ainda faz sentido. O filme de Charles Chaplin foi praticamente uma resistência do ator ao cinema falado, sendo esta a sua última produção muda. No filme ele é um operário que se rebela contra as máquinas dos “tempos modernos”. Além de servir como uma metáfora a um Coringa que se volta contra o sistema, a música “Smile”, composta por Chaplin para este filme, toca no trailer de Coringa. Nada mais justo para um personagem que tem uma doença que o faz rir incontrolavelmente, ainda mais pelo fato de “Smile” ter uma melodia super triste.
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