Se tem uma coisa que eu admiro muito no cinema é contar uma história verdadeira de uma forma que ela provavelmente não deveria ser contada. Aconteceu com Evita lá no final da década de 1990 e aconteceu esses dias quando eu assisti A grande aposta, indicado a cinco Oscars, incluindo Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Roteiro Adaptado.
Vamos ser francos, falar de economia no cinema pode ser muito interessante, mas muito maçante ao mesmo tempo. A chance do espectador ficar boiando e/ou dormir no meio é grande. Pode ficar tranquilo que isso não acontece em A grande aposta. O filme conta quatro histórias de pessoas que anteviram o estouro da bolha imobiliária dos Estados Unidos, que contribuiu com um colapso global da economia (que muito brasileiro tá descobrindo agora não ter se tratado de apenas uma “marolinha” como já disseram por aí).
Com um elenco mais do que estrelado, o filme já atraía a minha curiosidade por escalar atores como Christian Bale, Steve Carrell, Ryan Gosling e Brad Pitt (que também é produtor). Com as indicações, a produção definitivamente atraiu a minha atenção.
Aliás, vale ressaltar que essa atenção continuou lá durante todo o filme. O ritmo do é ligeiro, mas nem por isso você se perde na história. Isso porque há situações cômicas que você não consegue prever e quebram com a seriedade da coisa. Além disso, eles não se importam em parar a história de vez em quando pra contextualizar melhor as coisas pra quem porventura estivesse perdido na trama.
Apesar de ainda se classificar como comédia, provavelmente é o filme mais sério do diretor e roteirista Adam McKay, conhecido por comédias questionáveis com Will Farrell, como Quase Irmãos e O Âncora. Vale lembrar que ele também assinou o recente filme do Homem-Formiga.
Mesmo com chances mínimas de bater o arrasa quarteirão O Regresso, eu torço muito para que leve as estatuetas de Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Edição (provavelmente o ponto mais alto deste filme). Eu não acharia nem um pouco ruim se a surpresa fosse para melhor filme também. Vai que rola uma surpresa como Crash em 2006, né?
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