Daniel Day-Lincoln e a cota Spielberg

Não passa um ano sem que o Spielberg esteja envolvido de alguma forma com o Oscar. Dessa vez o golpe foi baixo e trouxe os últimos meses do presidente mais queridinho da América. Muita gente aponta como favorito, mas pra mim vai fazer mais do que Cavalo de Guerra fez no ano passado, que na verdade foram seis indicações e nenhum prêmio.

 

Qual é: Todo mundo conhece alguma coisa de Abraham Lincoln, mas poucos sabem das manobras para acabar com a escravidão, envolvendo a Guerra Civil e até mesmo a morte do presidente. Lincoln retrata exatamente isso e, assim como a página do Barack Obama no “feice”, tenta mostrar “o cara” por trás do presidente. Diferentemente de Obama, isso envolve negligência familiar, uma esposa doidona, vício no trabalho e certo orgulho.

 

O que eu acho disso tudo: Eu tenho que admitir que é um filme muito bem feito e redondinho até demais. Daniel Day-Lewis decidiu que esse ano vai levar o Oscar de novo e vai tentar levar o Tommy Lee Jones no embalo. O pecado do Spielberg é apostar demais na perfeição e empurrar um filme burocrático e sem ritmo. Até eu, que entendo e gosto dos bastidores da política, fiquei entediada. O clímax acontece muito antes do fim e todo mundo sabe no que aquela ida ao teatro vai dar. Faltou emoção.

 

Indicações:

Melhor Filme

Melhor Ator – Daniel Day-Lewis

Melhor Ator Coadjuvante – Tommy Lee Jones

Melhor Atriz Coadjuvante – Sally Field

Melhor Fotografia

Melhor Figurino

Melhor Direção – Steve Spielberg

Melhor Edição

Melhor Trilha Sonora – John Williams

Melhor Direção de Arte

Melhor Mixagem

Melhor Roteiro Adaptado

 

Qual vai ser: Eu cansei só de listar as indicações de Lincoln. Não só pela quantidade (é o líder, com 12), mas porque acredito que muitas delas servem apenas pra cota “Spielberg” de cada ano. Acredito mesmo que o Daniel Day-Lewis leve a de Melhor Ator e o Spielberg de Melhor Diretor (só porque esqueceram de indicar Argo nessa). Tem boas chances de levar Trilha Sonora, Figurino e Ator Coadjuvante para Tommy Lee Jones (o que não seria justo com o Christoph Waltz). Sally Field surtou e fez a Regina Duarte, mas perde pra Anne Hathaway, merecidamente.