Mad Max: Estrada da Fúria – Oscar, Girl Power e algum sono



Eu não gosto muito de escrever sobre um filme que vi só uma vez e há alguns meses, mas com 10 indicações, eu não poderia ignorar a existência de Mad Max: Estrada da Fúria. O motivo pra eu não ter escrito há uns oito ou nove meses, quando eu o assisti, é muito simples: eu não gostei e tava com muita preguiça de enfrentar fanboy naquela época.

Mas vamos falar de coisa boa, primeiro? Va-mos! Só porque eu não me empolguei horrores com o filme e quase dormi no cinema, mesmo com aquele barulho todo, não significa que eu não saiba reconhecer os méritos do mais recente Mad Max, não é mesmo? Em termos de superprodução eu não tenho o que botar defeito. Estamos falando de um filme que enche os olhos e os ouvidos do início ao fim: fotografia, direção de arte, maquiagem, figurino, mixagem e por aí vai. Dá pra entender por que tanta gente se empolgou. Por mim, pode levar estatueta em qualquer categoria técnica que vou aplaudir mentalmente do alto do meu sofá em casa – se eu aplaudir de verdade é capaz de acordar alguém em casa. Ah! Com exceção de edição de som, já que eu peguei uma ou outra falta de sincronia em dublagem no áudio original.

Aí me perguntam: “Ué, mas se o filme é tão foda assim por que você não gostou?”. Roteiro, gente, apenas isso. No começo até tava legal aquela ambientação pós-apocalíptica com o ditador louco, os fanáticos mais pirados ainda e a missão da Furiosa (Charlize Theron). Mas depois de meia hora de perseguição no deserto a coisa meio que não evoluiu e, apesar das infindáveis explosões e sequências de ação, a minha beleza cansou pra história. Tudo ficou meio óbvio demais. Tudo certo pra quem tá lá pela estética, mas eu preciso de um pouco mais de densidade pra ser fisgada por um filme.



Uma das coisas que eu achei legal nesse Mad Max e que não tem a ver com técnica foi a pegada de Girl Power em um estilo de filme que não é considerado “de menina”. Algumas pessoas podem ter se incomodado, mas eu achei isso super válido em um momento em que Hollywood é fortemente questionada pelas diferenças salariais entre homens e mulheres e pela falta de protagonistas fortes femininas, quando comparadas ao número de protagonistas do sexo masculino. Buuuuuut, acho sacanagem terem rebaixado o personagem-título a um mero coadjuvante. Ou ele podia ter mais protagonismo ou poderiam ter nos apresentado a Furiosa em algum momento e lançado um spin-off só dela. Enfim, eu considero isso mais justo com o público. É como se você fosse assistir um filme do Harry Potter e de repente a Hermione é realmente quem faz tudo ali (ops).

Enfim, é um filme que eu dificilmente vou assistir de novo, nem com essa apelação toda de relançar o filme nos cinemas. Ainda assim, eu entendo a escolha da Academia nas indicações. Desde que não leve melhor filme, tá tudo certo. Quando o assunto é George Miller, desculpa, mas eu ainda fico com Happy Feet.

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