Toontown de volta às telonas
Mais de 20 anos após quebrar uma das maiores barreiras do cinema (colocar o Perna Longa e o Mickey Mouse na mesma cena), Robert Zemeckis está ventilando a possibilidade de um segundo filme para o coelho mais invejado do cinema: Roger Rabbit. Você pode não se recordar muito bem dele, mas com certeza lembra de sua esposa, Jessica Rabbit (daí é que vem o invejado):
Voltando à notícia: o diretor de Uma cilada para Roger Rabbit andou se empolgando com a produção Os Fantasmas de Scrooge, também feito em parceria com a Walt Disney e prestes a estrear. Zemeckis gostou das novas técnicas de capturas de movimentos para criar as animações e em abril manifestou vontade em fazer a continuação, pela primeira vez em 21 anos. A grande novidade é que esta semana ele divulgou que os roteiristas Jeffrey Price e Peter S. Seaman (que escreveram o primeiro) já estão trabalhando na nova história.
Vale a pena lembrar que Uma cilada para Roger Rabbit foi o primeiro longa a reunir personagens de desenhos animados de diversos estúdios não apenas entre eles, mas também com atores reais, rendendo quatro merecidos Oscar® em 1988. Além da cena antes mencionada, reunindo Mickey Mouse e Perna Longa pulando de paraquedas (agora é assim), o filme é responsável por outras cenas clássicas do cinema, como o Pato Donald e Patolino em uma disputa de piano, Betty Boop como uma simples garçonete (graças às novas musas) e, no final, a aparição das árvores que protagonizaram a primeira animação colorida da história (fato que poucos conhecem).
A única coisa complicada de fazer uma continuação tanto tempo depois é reunir a mesma equipe do original. É necessário levar em consideração as novas ambições dos envolvidos e, é claro, a inflação dos últimos 21 anos. Diretor e roteiristas já estão contabilizados e tenho certeza de que Roger, Jessica, Benny e Baby Herman (adoro!) não irão se opor. A questão é se Bob Hoskins voltará como Eddie Vailant. O ator, que agora está com 66 anos, declarou que se considera muito velho para voltar a trabalhar com desenhos. Vale a pena lembrar que o próprio Eddie Vailant evitava os “toons” e se recusava a voltar a Toontown, mas acabou mudando de ideia no meio da história. Zemeckis quer que ele volte. Eu quero. E você certamente também quer. Então não custa pedir né: Bob, volte pra Toontown! Se até o Harrison Ford voltou pra pele do Indie você pode voltar a ser Eddie Vailant. Garanto que o estúdio vai te fazer um cheque bem gordo e você vai voltar atrás no papo de “muito velho”. Fica o apelo.
O que eu acho de tudo isso?
Particularmente, eu não sei se fico feliz com a continuação. Uma cilada para Roger Rabbit é um dos meus filmes preferidos de todos os tempos e às vezes é melhor que tais obras permaneçam únicas, sem continuações para estragar (tomando por base a ideia de que a maioria das continuações são sofríveis). No entanto, não posso negar que a ideia de retornar a Toontown é empolgante. Tomara que os roteiristas e o próprio Zemeckis não patinem nos recursos que as novas tecnologias oferecem e nos novos desenhos da moda, garantindo espaço aos clássicos Disney/Warner, porque foi isso que tornou o primeiro longa tão grandioso. Aliás, preciso registrar outro apelo, desta vez ao Sr. Zemeckis: não faça Roger Rabbit em 3D! Seria um sacrilégio! De qualquer forma, estarei no cinema quando a película chegar. Só não garanto que o DVD da continuação vai repousar ao lado do original que tenho aqui em casa. Filmes fracos não tem vez na minha tão disputada estante.