Birdman | E o prêmio de Melhor Filme vai para…



    Sim! Quando o assunto é Oscar eu tenho os meus preferidos, não tenho vergonha de ser tendenciosa e faço torcida mesmo! E nesse ano todo o meu amor ficou para Birdman. De todos os indicados a Melhor Filme que eu vi até agora (seis e contando…) foi o único que já me prendeu desde o começo. Ok, os outros são legais, bem feitos e tals, mas nenhum teve aquele fator “WOW” como esse e vou tentar explicar o porquê.

    Michael Keaton em Birdman

    Não é só pelo elenco espetacular, pelas longas tomadas, pelo roteiro meio doido ou pela existência de um protagonista que, mesmo não sendo lá muito cativante, consegue gerar certa empatia no público. É por tudo isso junto e pela mistura de linguagens. Sim, porque estamos falando de um filme, sobre um ex astro de cinema que está tentando fazer um comeback por meio de uma peça na Broadway. O roteiro e a edição construíram a trama de tal forma que mal notamos a transição entre o que é filme e o que é teatro. Isso é estimular e envolver o espectador. É não subestimar a inteligência de quem está assistindo. Se você checar o seu celular por uns instantes, provavelmente vai perder o fio da meada e boiar um pouco na história (aconteceu uma vez, confesso).



    O roteiro também alterna entre momentos de tensão extrema (tipos andar de cueca pela Broadway lotada de gente), diálogos bem construídos e monólogos de igual qualidade (a surtada da Emma Stone é a minha preferida). O desfecho poderia ter sido previsível (esperava algo meio Cisne Negro desde a primeira cena com o revólver de brinquedo), mas nem isso eles nos deram. Tem gente que provavelmente vai detestar o final, mas eu adoro essa coisa do “interprete como quiser”. Além disso, a história ainda levanta questões como o sucesso a qualquer custo e as divergências entre aceitação do público e da crítica de forma bem crua e pertinente.

    Michael Keaton e Edward Norton em Birdman

     

    Ah! Uma coisa que eu achei sensacional: a caracterização da Sam (Emma Stone), a filha do Riggan (Michael Keaton), aka Birdman. Toda magrela, com aquele cabelo loiro esvoaçante e aqueles olhões assustados. Não tava parecendo um passarinho mesmo?

    Emma Stone em Birdman

    Né?

    Como estamos falando de um ano com muitos filmes de qualidades peculiares, eu duvido que exista um grande vencedor, daqueles que pape tudo que é categoria. Eu entendo a superação do Michael Keaton, mas achei que ele ficava meio apagado quando o Edward Norton entrava em cena. O problema do Norton é que ele tá concorrendo com o J.K. Simmons, que, vamos combinar, já tá com a mão na estatueta de Ator Coadjuvante. Roteiro original eu só não entregaria porque ainda preferi o de Grande Hotel Budapeste, mas só por isso. Por mim, levava fácil o de Melhor Filme e Melhor Direção. Sim, tem lá o filme que levou 12 anos pra ser feito e tals, mas eu ainda entregava pro Alejandro. Edição de som e mixagem eu não vou arriscar porque eu sempre erro essa, mas achei divertidas as jogadas de bateria.

    Dos filmes que o Oscar me levou a assistir, é um dos únicos que me deixou com vontade de ver mais vezes porque eu sei que em cada uma delas eu vou encontrar mais algum detalhe sensacional que não tinha percebido antes. Vencedor ou não neste domingo, Birdman já conquistou o Oscar do Zinema deste ano. E se não vencer o Oscar de verdade, sempre teremos o Kanye West e os futuros guias de filmes obrigatórios, que certamente não deixarão este de fora.

     

    Cena de Birdman

    Leia também: Filmes para ficar de olho antes do Oscar 2015

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