And the winner is…

    Gaga uh la lá

    Sim! O vencedor, chega desse falso moralismo de “the Oscar goes to” porque “não existem vencedores nem perdedores”. O grande vencedor do Oscar desse ano já é O Discurso do Rei. Nem levou a estatueta ainda, mas o número de indicações e as prévias dos sindicatos já entregam o carequinha dourado do prêmio máximo nas mãos do diretor Tom Hooper.

    Isso é bom? Sim e não. Do ponto de vista do meu orgulho de apostadora é ótimo, já que desde o Globo de Ouro eu cantava pedra de campeão pra esse filme. Por aqui placas de “Galvão eu já sabia” devem ser erguidas no próximo domingo para as categorias de, pelo menos, Melhor Ator, Melhor Diretor e Melhor Filme. Em duas destas categorias sou obrigada a concordar. Colin Firth certamente rouba a cena e alcança uma performance em que ele é o próprio filme, façanha já alcançada por atores como Tom Hanks e Russel Crowe no passado (vide Forrest Gump e Gladiador, só pra ilustrar). Melhor direção é o mínimo de justiça que o filme pode receber. Tom Hooper nos entregou um filme redondinho, bonito e com atores super competentes e bem posicionados. Ele transformou o filme naquela bonequinha de louça no alto da prateleira que todos gostam de olhar de vez em quando.

    Agora, assim como a porcelana, O Discurso do Rei é um filme extremamente frio. Por isso eu discordo da provável vitória na categoria máxima da noite. Falta um ápice decente, um envolvimento mais profundo com o enredo e personagens mais carismáticos. Pode levar o prêmio, mas o filme provavelmente cairá no esquecimento assim como A Rainha caiu (tá, esse não levou estatueta de melhor filme, mas a apatia é a mesma).

    No domingo teremos a confirmação de tudo o que eu disse ou, por uma revolta dos anjos da cidade do cinema, teremos uma surpresa (coisa que não acontece desde Crash). Ah, só pra esclarecer: uma eventual vitória de A Rede Social não é surpresa, é uma atitude desesperada de a Academia querer parecer cool (como fizeram ao entregar o maior prêmio pra Quem quer ser um milionário). Eu ainda aposto na vitória máxima de Tom Hooper, afinal, assim como o filme, o Oscar também se tornou previsível e apático.

     

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