Como são escolhidos os vencedores do Oscar?

    Como são escolhidos os vencedores do Oscar


     

    O prêmio mais importante da indústria cinematográfica é também o de maior longevidade: desde 1927 são escolhidas as melhores produções e performances do cinema. A premiação é transmitida pra mais de 150 países em todo o mundo e é referência até em outros segmentos (ou você nunca ouviu que o Grammy é “o Oscar” da música?).

    Mas afinal, como são escolhidos os vencedores da noite mais importante do ano para o cinema? Respondemos abaixo algumas das principais dúvidas sobre esse processo (que pode ser mais complicado do que parece).

     

    Quem vota?

    Os membros da Academia de Artes de Ciências Cinematográficas de Hollywood. Mas você deve estar se perguntando quem são esses caras, não é mesmo? Pra entrar pra Academia existem duas formas: ser indicado a algum Oscar ou possuir um currículo polpudo e alguma influência em Hollywood (sim, rola muito Q.I. por lá). Atualmente existem cerca de 6 mil membros, mas, com exceção da categoria de Melhor Filme, cada um só vota na sua área de competência. Ou seja: ator vota em ator e a galera da maquiagem vota em maquiagem, por exemplo. Pra Melhor Filme todo mundo pode votar, mas o processo é um pouco diferente e mais pra frente a gente explica.

     

    Quais filmes podem concorrer?

    Com exceção da categoria de Filme Estrangeiro, para concorrer é preciso que o filme seja exibido por no mínimo sete dias consecutivos em um cinema do condado de Los Angeles entre os dias 1º de janeiro e 31 de dezembro do ano anterior. Para concorrer a Filme Estrangeiro a produção deve ser feita majoritariamente por pessoas daquele país, não ter mais de 50% dos diálogos em inglês e ter sido exibida nos cinemas do país por pelo menos sete dias consecutivos até o dia 30 de setembro do ano anterior. A gente já explicou nesse post como o Brasil escolhe seus representantes. 

     


     

    Como são escolhidos os indicados?

    A Academia envia aos seus membros um livreto com todos os filmes elegíveis para a premiação. Filmes que não estejam no livreto mas cumpram os requisitos descritos acima também podem ser votados, mas as chances diminuem bastante. Como comentamos ali em cima, cada um vota na sua categoria e na de Melhor Filme todos votam. Nesta primeira etapa são estabelecidos os indicados, que chegam a até 10 para Melhor Filme e até cinco nas demais categorias.

     

    E os vencedores?

    Cada ramo tem liberdade para estabelecer a forma da votação. Para Melhor Canção, por exemplo, são dadas notas para os concorrentes. Em boa parte das categorias, incluindo a de Melhor Filme, os votantes fazem um ranking do filme que mais gostaram para os que menos gostaram. Os votos podem ser feitos on-line ou por papel (!).

     

    E o Oscar de Melhor Filme?

    Engana-se quem pensa que o processo de votação de Melhor Filme é apenas somar o número preferido um maior número de vezes. Há uma fórmula que estabelece um “número mágico” que o filme precisa atingir para estar entre os finalistas. Este número é calculado da seguinte forma: número total de votantes dividido pelo número de vagas na categoria (10) mais um. Vamos supor que todos os 6 mil membros votem: 6.000/10 + 1 = 601. Se um filme for listado em primeiro lugar 601 vezes ele já garante o lugar. As demais vagas são preenchidas com base nos segundos lugares e assim por diante… A auditoria é feita pela PriceWaterhouseCoopers (PwC) desde 1936 e o processo é considerado bem seguro (até alguém ficar fazendo selfie no intervalo e entregar o envelope errado justo na categoria de Melhor Filme).

    Como são escolhidos os vencedores do Oscar 

     

    Nem sempre o melhor é o melhor

    Você provavelmente já discordou das decisões do Oscar. Acreditem, eu vivo discordando. Isso porque as pessoas podem votar em determinadas categorias pelos mais variados motivos. Quando é época de Oscar os estúdios e artistas investem pesado em campanhas pra cima dos membros da Academia para serem “considerados”. Algumas das estratégias podem ser anúncios em revistas, sessões de perguntas e respostas, até o envio de DVDs com o filme para os membros votantes. Um dos caras que deixou este lobby tão violento na década de 1990 foi ninguém menos que o infame Harvey Weinstein, que investia pesado em puxa-saquismo, troca de favores e sabe-se lá mais o quê. Hoje ele é processado por meia Hollywood por assédio e abuso sexual.

    O movimento contrário também existe: quando um filme possui grandes chances de ganhar não é raro surgirem rumores sobre a produção, como trabalho escravo, casos extraconjugais entre os atores e o que mais você puder imaginar.

    E é claro, existe o efeito camaradagem. Tem gente que sempre vai votar nos amiguinhos, não adianta. Samuel L. Jackson é membro da Academia e há algum tempo ele já afirmou que só vota em amigos. Ou seja, não basta ser o melhor: tem que ser o mais legal também.

    Imagens: Indiewire / Kevin Winter

     

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