Han Solo | Nem tudo relacionado a Star Wars precisa ser extraordinário

    Han Solo

     

    Tu te tornas eternamente responsável pela expectativa que cativas. Hoje em dia tem muito filme que faz sucesso ou não quase que exclusivamente com base no que as pessoas esperam dele. É assim com filmes de super-herói, com basicamente qualquer continuação e é assim com qualquer filme de Star Wars, onde se inclui Han Solo.

    Muitos meses antes do lançamento do filme eu já vi fanboy xingando horrores o filme, que ainda estava em produção. Os argumentos vão desde o preciosismo de não querer ver o personagem principal ser interpretado por alguém que não seja o Harrison Ford ou de ter medo que o Han Solo ganhe o “tratamento Anakin”, que marcou os episódios I, II e III. Ficar apreensivo é absolutamente normal, o que revolta é ver que a maioria das pessoas reclamando sequer viu o filme.

    Mas é aquele negócio: ao mesmo tempo que a fanbase quer ser alimentada por novos materiais, ela se agarra numa nostalgia de que somente o clássico é bom e de que qualquer coisa que não seja espetacular é automaticamente uma blasfêmia, um lixo tóxico que precisa ser humilhado na medina das redes sociais. Han Solo não é o primeiro e está longe de ser o último filme a passar por isso.

     

     

    Mas afinal, Han Solo ficou tão ruim assim?

     

    Ficou um pipocão honesto. Não há nada de espetacular no filme, nenhuma atuação que chama muito a atenção, nada de Darth Vader ou Jedi, nenhum momento épico como os que os filmes oficiais da franquia tanto se esforçam para oferecer. Há bastante ação, alguma comédia (sem exageros), um plot decente sem grandes reviravoltas (a não ser por AQUELE personagem que aparece no final) e alguns elementos bem familiares aos fãs da série.

    O filme se passa em algum momento entre os episódios III e IV e também antes de Rogue One e mostra algumas coisas que boa parte dos fãs de Star Wars sempre teve curiosidade, como por exemplo como Solo conheceu Chewbacca, como foi a primeira vez que ele pilotou a Millenium Falcon e qual é o lance dele com o Lando.

    Han Solo

    Assim como praticamente todos os filmes, há o lance de desafiar a ordem estabelecida, no caso, a dos bandidos da Aurora Escarlate. Aliás, o filme pode não ter o R2D2 e o C3PO, mas nossa cota de droides engraçados é preenchida graças a L3-37, a copilota de língua afiada de Lando que luta pela igualdade e pela liberdade a todo custo. Muito me identifico com o humor dela.

    Dentre as atuações, eu destacaria três: Emilia Clarke, que rouba a cena como Qi’ra, Donald Glover como o canastrão Lando e Paul Bettany como malvadão Dryden Vos, apesar do pouco tempo de tela. Alden Ehrenreich, que ficou com a responsa de interpretar Han Solo, sofre da falta de carisma de Harrison Ford e dos seus colegas de cena, mas também não é a pior atuação do ano. Woody Harrelson está operante, o papel não exige muito dele. Tem também a Thandie Newton que eu adoro, mas foi prejudicada pelo pouco tempo em cena.

    O que realmente me incomodou em Han Solo é a fotografia desnecessariamente escura. Além de não condizer com a identidade da franquia, era difícil mesmo de enxergar o que estava acontecendo. Havia uns planos contraluz que criaram uma confusão na minha pupila e eu não enxerguei quase nada. Isso que eu nem fui na sessão 3D, que deve ter sido muito pior.

    Han Solo pode estar um pouco longe da qualidade esperada pelos fãs de Star Wars, mas em sua maioria se mantém fiel à saga e ainda é uma boa diversão. Que venham mais histórias paralelas pra mostrar que a galáxia é muito mais do que a dicotomia da Força.

    Nota:

     

    Trailer de Han Solo

    Imagens: Jonathan Olley – © 2018 – Lucasfilm Ltd.

     


     

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