Star Wars: Os últimos Jedi | 5 acertos e 5 erros do filme

    Star Wars: Os últimos Jedi


     

    Cada filme desta saga é um evento e com Star Wars: Os últimos Jedi não foi diferente: tem jedi, lado negro, mocinhos, bandidos, monstros, bichinhos fofos, porrada e muito CGI. Vi fãs aplaudirem o filme e fazerem torcida organizada pro Luke Skywalker e vi outros xingando muito no IMDb. Para manter o equilíbrio na Força, listei cinco acertos e cinco coisas que ainda deixaram a desejar no novo episódio. Olha só:
     

    Acertos

    1. Dar uma cara e um propósito à nova trilogia

    Uma das minhas principais reclamações de O despertar da Força foi a trama descaradamente sugada de Uma Nova Esperança, primeiro filme da saga. A Rey (Daisy Ridley) era o novo Luke (Mark Hamill), o Kylo (Adam Driver) tentou ser o Darth Vader e personagens da trilogia original estavam ali só pelo fan service mesmo. Não é o que acontece aqui, o roteiro tem cara de novo e um foco bem inusitado pra um filme que envolve tanta tecnologia e apelo visual: o aspecto humano. O público tem mais facilidade para simpatizar com seus personagens, suas histórias e torcer por eles. Deu certo em Rogue One e deu certo em Star Wars: Os últimos Jedi.

    Star Wars: Os últimos Jedi: Rey

     

    2. Aprofundar personagens-chave

    No filme anterior a gente gostou da Rey porque ela era o novo Luke e detestou o Kylo que mais parecia um menino mimado. Aqui a coisa evolui um pouco: conhecemos um pouco mais da Rey e entendemos um pouco melhor o conflito vivido pelo Kylo. Teve uma hora em que ele quase me convenceu de que ele era o único que tinha sacado a coisa toda, mas depois deu uma de adolescente birrento e o momento passou. Pode até se revelar um grande personagem no próximo filme, mas o Darth Vader ainda é um vilão muito carismático para ser substituído.

    Star Wars: Os últimos Jedi - Kylo Ren

     

    3. Manter o público entretido

    As pessoas encontram entretenimento de diferentes formas: apelos visuais, como batalhas épicas, boas sacadas de humor e até um suspense rolando. O filme tem tudo isso. Com três tramas principais em andamento, é muito difícil você se sentir entediado (pelo menos por muito temo). Eu confesso que o apelo das batalhas nunca é muito forte comigo e, embora elas tenham sido executadas de forma bem competente, o que me segurou por um bom tempo foi um suspense em torno de Rey, Kylo e Luke, em que a gente não sabe muito bem quais são as intenções de cada um e quem está do lado certo da Força.

    Star Wars: Os últimos Jedi - Chewie e Pog

     

    4. Visual matador

    Se tem uma coisa em que as franquias de Star Wars não podem errar é no visual. Mas em vez de apenas fazer algo competente, todas as equipes capricharam: a fotografia é provavelmente a melhor de toda a saga, o CGI é bem executado (fora uma ou outra cena forçada), a construção de mundos é convincente e a direção de arte é poderosa (em especial numa batalha de sabres que envolve Rey e Kylo e na batalha do deserto de sal).

    Star Wars: Os últimos Jedi

     

    5. Chance de abordar uma questão relevante

    Em um mundo que clama por paz, o que faz uma franquia que leva a palavra “guerra” no nome ser tão popular? O filme inicia um questionamento muito pertinente sobre a indústria bélica e de como os fornecedores de armas trabalham para os dois lados do conflito. Embora tenha sido apenas pincelado no roteiro, o assunto é muito pertinente e merece ser tratado de forma mais profunda no próximo filme. Pode dar muito mais densidade à história como um todo.

    Star Wars: Os últimos Jedi

     


     

    Erros

    1. Subplots dispensáveis e excesso de clímax

    Se por um lado as três histórias ajudam a manter o público entretido, por outro, elas acabam deixando o filme inchado um tanto sem propósito. Todo o arco do Finn (John Boyega) e da Rose (Kelly Marie Tran), se não servir para levantar aquele debate das armas, poderia ter sido abreviado ou deixado de fora. Pode ver: nada do que eles fizeram mudou consideravelmente o desfecho da trama. Aliás, o excesso de clímax no filme deixou a coisa toda um tanto cansativa. Sim, a expressão “excesso de clímax” é bem contraditória, mas é bem o que o filme faz. Você acha que está vendo a batalha fodona que vai fechar a história, mas logo depois tem outro confronto épico e você pensa “ah, agora sim”. Mas aí tem outra batalha ainda mais fodona e depois um confronto final que tenta dar um plot twist que fica com mais cara de pegadinha. É tanta megalomania da produção que um momento épico acaba meio que anulando o outro e no final a gente só fica olhando pros lados e perguntando “tá, agora acabou mesmo?”.

    Star Wars: Os últimos Jedi - Rose e Finn

     

    2. Perguntas pendentes / respondidas de forma decepcionante [ESTE TÓPICO PODE CONTER SPOILERS]

    Se tem uma coisa que O despertar da Força fez bem foi levantar dúvidas: quem é a Rey? Qual o problema do Kylo? Qual é a do Snoke? Se você acha que este filme vai responder estas questões, sinto lhe informar que a decepção pode ser grande. A origem da Rey ou permanece desconhecida ou a explicação do Kylo é bem decepcionante. O problema do Kylo Ren a gente até começa a entender, mas ainda está mal explicado. E o Snoke foi do nada para o nada. Deu até uma saudade do Palpatine aqui. A gente espera que o tempo extra que os roteiristas ganharam aqui os ajude a aparecer com respostas mais convincentes no próximo filme.

    Star Wars: Os últimos Jedi - Kylo Ren

     

    3. Furos de roteiro

    Tá certo que nenhum filme de Star Wars tem aquele roteiro super fechado e Os últimos Jedi não é exceção. Há uma série de facilitações narrativas que levam personagem de ponto A a ponto B de forma quase inexplicável (que os fanboys vão inevitavelmente elaborar teorias para explicar). Todo o lance de combustível acabando me pareceu meio banal pro contexto da saga. Sem contar toda a dinâmica entre a Rey e o Kylo que pra mim soou um tanto forçada. Mas é claro que diante de toda a loucura das batalhas e efeitos essa é a menor das preocupações do público.

    Star Wars: Os últimos Jedi - Luke

     

    4. Personagens mal aproveitados

    Tem tanta gente compondo a trama de Star Wars que é inevitável que alguns acabem perdendo a mira do holofote. Acontece com a Maz (Lupita Nyong’o), com a Capitã Phasma (Gwendoline Christie) e até com personagens que poderiam ter mais importância, como o Poe (Oscar Isaac) e o Chewbacca, que parece só estar fazendo fan service e sendo alívio cômico com os Pogs. E na maioria dos casos são atores com bom calibre, mas que estão ali só pra fazer uma ponta mesmo. Benício Del Toro que o diga.

    Star Wars: Os últimos Jedi - Phasma

     

    5. Luke e Rey com poderes inexplicáveis

    Eu sei que o fandom deve ter um milhão de desculpas pra todos os momentos fodásticos do Luke e da Rey, mas até isso me soou meio mal explicado. Do Luke eu nem vou falar tanto porque, mesmo ele não tendo completado o treinamento, ele ficou sabe-se lá quantos séculos recluso treinando, meditando, irritando as moradoras da ilha. Mas todo o lance da Rey continua mal explicado. Ok, o Luke veio com todo aquele papo de que a Força pode se manifestar em qualquer um (adeus midi-chlorians), mas meu, no filme passado ela já era foda sem treinamento nenhum e aqui, na primeira aula já tava levitando os paranauês. A gente lembra o quanto o Luke penou pra aprender com Yoda (melhor Jedi) e como eles tinham toda uma escolinha de padawans. Não convenceu.

    Star Wars: Os últimos Jedi - Rey e Luke

     

    Nota:

    Imagens: © 2017 Lucasfilm Ltd.

    Trailer de Star Wars: Os últimos Jedi


     



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