Django e a orkutização do Tarantino

    Todo lançamento de filme do Tarantino é acompanhado por um baita alvoroço dos fãs e certa dificuldade na distribuição. Com Django Livre foi a mesma lenga-lenga, mas dessa vez a revolta foi por causa da quantidade de cópias dubladas. Afinal, orkutizaram o Tarantino?

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    Qual é: Christoph Waltz compra a liberdade de Jamie Foxx e os dois viram caçadores de recompensas no velho oeste. O negócio fica mais interessante porque ainda não é muito comum ver negros livres por aquelas bandas. Depois de fazer uma boa grana matando bandidos, os dois tentam resgatar a esposa de Django (Foxx) da propriedade Candyland, onde eles encontram Leo Di Caprio e Samuel L. Jackson (motherfuckers comemoram). Ah, rola muita porrada, tiros e litros de sangue artificial, mas vocês meio que já contam com isso, né?

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    O que eu acho disso tudo: O gancho de Django (the D is silent) começa muito bom. Desde os primeiros minutos já vamos com a cara do dentista alemão e do ex-escravo com um gosto breg… digo, peculiar para roupas. A caçada fica ainda mais divertida com a primeira reunião do grupo que daria origem à Ku Klux Klan (fãs de Monty Python vão matar a saudade). Porém (e essa é a hora em que os fãs do Tarantino vão me xingar muito no Twitter), quando a história segue para Candyland o ritmo dá uma freada. As atuações continuam igualmente boas e Samuel L. Jackson é uma baita adição à trama, mas falta algo. Não sei se esperava diálogos mais geniais ou um Di Caprio mais malvadão, mas eu fiquei com vontade de matar geral bem antes do banho de sangue final (ah vai, isso não chega a ser spoiler, é Tarantino, poxa!).

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    Indicações:

    Melhor Filme

    Melhor Ator Coadjuvante – Christoph Waltz

    Melhor Fotografia

    Melhor Edição de Som

    Melhor Roteiro Original

     

    Qual vai ser: Todos os anos os fãs reclamam que “mimimi injustiça”, “mimimi devia levar melhor filme”, “mimimi Oscar burro”. Eu acho que as cinco indicações deste ano estão super justas e aposto num aproveitamento de 40%. Não galera, não vai levar melhor filme ainda (lembram de quanto feijão o Scorsese comeu antes de levar o dele?), até porque não considero esse o melhor do Tarantino (Inglorious Basterds, I Will always Love you). Mas justiça seja feita, pode levar tranquilo o Oscar de roteiro original (mesmo com a queda no ritmo) e deve, DEVE levar de ator coadjuvante. Waltz toma conta da primeira parte do filme e isso já é o suficiente pra mim.

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