On firah: Catnip, feminismo, Crepúsculo e outras divagações

Tal qual Crepúsculo, eu relutei em assistir Jogos Vorazes. Deixei pra quando passasse na TV porque aí eu não tenho nada a perder. Assim como Lua Nova, fui assistir a sequência Em chamas no cinema por um único motivo: vocês! Ounn <3 Mas chega de vomitar arco íris. Não vou parar as comparações, mas também não vou dedicar o post às diferenças entre Bella Horseface e Catnip. Pra isso vocês têm o 9gag.

Pra quem não viu o primeiro, não perde muita coisa, mas é um mal necessário pra entender o segundo. Resumão Express que você só vê no Zinema: sociedade totalitária, 12 distritos e um joguinho sádico pra meter medo em todo mundo e manter o controle sem rebeliões. Uma vez por ano, um menino e uma menina de cada distrito são sorteados pra disputar os Jogos Vorazes: uma competição mais legal que Survivor, BBB e The Voice juntos. Não basta sobreviver, tem que ajudar a matar os outros. Quem ganha, vive. Katniss (J. Law) é voluntária do D12 (não confundir com Dublin 12) pra que a irmãzinha não vá lá e se mate (ou se morra). O amiguinho dela do 12, Peeta (Josh Hutcherson) – sério, da onde eles tiram esses nomes? – tem uma quedinha por ela, que meio que já é comprometida. Moral da história: ela dá um baile nos organizadores e no presidente pra que os dois sobrevivam.

Essa é a versão oficial. Na real, a Jennifer Lawrence sofre pra escolher se vai ficar com o Liam Hemsworth ou com o Josh Hutcherson, enquanto aparece mais uma penca de bonitões no filme (pelo menos no segundo). Aliás, Katniss (aqui ela vai virar Catnip, que dá um barato mais legal) é a típica personagem fodona: corajosa, independente, criada por mulheres, tem um namorado mas dá uns pegas no amiguinho… Enfim, um orgulho pra nossa geração! Ela deve estar até rendendo uns artigos científicos por aí sobre feminismo no cinema, ao lado da princesa ruivinha de Valente (sim, Disney apostando no feminismo).

Catnip, eu te entendo

Contextualizando: é algo meio 1984, meio ficção científica, meio Alice no País das Maravilhas (principalmente a parte que envolve os programas de TV e tals), meio Survivor. Metade do filme é drama político e a outra metade é filme de ação. O que dá uma elevada no QI do filme.

Pra ser bem sincera, Jogos Vorazes não tem nada de mais, mas tem seus méritos. Não coloco na mesma escala de Crepúsculo por um único motivo: o triângulo amoroso do Cavalo – Lobo – Fadinha Brilhante é muito ruim e pobre. A aventura da Catnip é comparável às adaptações de quadrinhos como a trilogia do Batman: a galera paga um pau desgraçado, os filmes são decentes, mas não são material pra categorias principais do Oscar (Heath Ledger é exceção porque morreu, como vocês já leram aqui inúmeras vezes). Acho que merecia levar algo técnico, apesar de não ter nada muito inovador em termos de produção. Pelo menos os figurinos poderiam receber um tapinha nas costas da Academia.

Estou evitando falar especificamente do segundo pra evitar spoilers, já que muita gente ainda não viu. Mas assim, lembra daquele papo de que o primeiro filme é sempre melhor? Então, de novo não dá certo. Só recomendo mesmo assistir ao primeiro pra ficar por dentro da história, porque só o segundo vale a ida ao cinema, mas pelas reviravoltas políticas do negócio. Os números não mentem: Jogos Vorazes: cinco cochilos e incontáveis olhadas no celular. Em chamas: nenhuma pescada e duas olhadas no celular.

Sobre a J. Law, cês sabem que eu tenho uma cisma do Oscar que ela ganhou esse ano (sim, o tombo na escada foi macumba minha). Mas sempre a considerei uma boa atriz. Ela é tipos a Ellen Page que deu certo, mas tem aquele ar de “too cool for school”. Um dos erros deste filme é apostar muito nesse “potencial dramático” dela e exagerar em close-ups. Mas nem disso vou reclamar muito, desde que continuem apostando nos bonitões. Fora eles, o elenco tá de parabéns. Não consigo detestar um filme que reúna Woody Harrelson, Philip Seymour Hoffmann, Stanley Tucci, Lenny Kravitz e Liam Hemsworth.

Easter egg Zinéfilo: fãs de Sex and the City vão matar as saudades de uma personagem fofíssima no segundo filme. Alguém aí achou?