Confira a crítica de O Som do Silêncio, indicado ao Oscar 2021:
Sobre o que é a história: Ruben (Riz Ahmed) é um baterista que lida constantemente com seus demônios internos encontrou na arte, principalmente na música, a sua salvação. Ele é baterista em um duo musical com sua namorada Lou (Olivia Cooke). Nos últimos anos os dois têm se concentrado em viver no momento: habitando uma van que também utilizam para viajar em suas turnês. Porém, de maneira súbita Ruben percebe que perdeu boa parte de sua audição. Tomado pela raiva e pelo medo de nunca mais poder viver de música, ele relutantemente entra para uma comunidade de pessoas com severa deficiência auditiva. Ele agora precisa conhecer e compreender que sua nova condição não é nenhum tipo de defeito que precise ser consertado. Mas será que ele está disposto a isso?
Disponível na Amazon Prime, O Som do Silêncio tem uma pegada bem independente e é de longe o filme mais sensorial de todos os indicados a Melhor Filme. Além da impecável edição de som que valoriza a confusão de Ruben diante do novo cenário, o diretor Darius Marder, que também é um dos roteiristas, utiliza muita câmera nervosa e closes bem fechados no seu protagonista, valorizando o drama vivido por ele e, claro, a atuação de Riz Ahmed.
Aliás, as atuações estão sob medida para seus personagens, com destaque para Riz, de quem é exigida a maior parte do trabalho, e também para Paul Raci, que interpreta Joe, o fundador da comunidade para deficientes auditivos. Olivia Cooke está quase irreconhecível na primeira parte do filme e entrega uma atuação decente, mas que acaba ofuscada diante dos demais talentos em tela.
Apesar de ser uma experiência sensorial bem interessante, falta algo muito importante para sustentar O Som do Silêncio: história. O roteiro deixa algumas pontas soltas que ele não se propõe a amarrar ou aproveitar para aumentar o suspense da trama. O próprio desfecho da jornada de Ruben soa um tanto óbvio. Não acredito que alguém irá se surpreender com os rumos que a história tomou.
Aliás, uma curiosidade bem curiosa é o fato de este ser o longa de estreia de Darius Marder na direção. Como roteirista, pretendo conferir trabalhos futuros dele na direção mesmo. A experiência com O Som do Silêncio foi bem gratificante.
O Som do Silêncio está indicado a seis estatuetas nas seguintes categorias:
Melhor Filme
Melhor Ator – Riz Ahmed
Melhor Ator Coadjuvante – Paul Raci
Melhor Som
Melhor Roteiro Original
Melhor Edição
Chances reais: honestamente? Acredito e torço pela categoria de Melhor Som, já que o trabalho deste departamento é essencial para a experiência do público com a história. Talvez edição? Talvez, mas tem filme bem mais merecedor ali no meio. As categorias de Melhor Filme e as duas atuações são bem improváveis. Já a indicação por Roteiro Original eu realmente não entendi e acho muito difícil. Uma indicação por Melhor Direção teria sido justa.
Nota:
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